Por Bia Sartori
Como acomodar várias funções e hierarquias, de forma que o
fluxo de trabalho gere produtividade
Pensando no mundo corporativo, onde precisamos acomodar várias funções e hierarquias, de forma que o fluxo de trabalho gere produtividade; por muito tempo seguiu-se formatos de escritórios pré-determinados pelas antigas culturas organizacionais.
Meu primeiro projeto, há 29 anos atrás, foi de uma empresa
de prestação de serviços na área de tecnologia de softwares na
produção industrial. Precisei entender todo o fluxo de trabalho desse segmento:
as necessidades de espaço para a área técnica, áreas de gestão e reuniões.
Naquela época, não se falava muito sobre a cultura da empresa ser traduzida na
linguagem visual do escritório. Digamos que estávamos na era do ensaio e erro!
Tive o auxílio técnico de uma empresa parceira (até hoje!), na área de
mobiliário corporativo, que foi grande aliada no sucesso do projeto.
Há cerca de 9 anos, tive a experiência de desenvolver o layout de
uma empresa no ramo de distribuição farmacêutica, de uma sede pequena para uma
área industrial com três lajes inteiras, somente para abrigar as áreas
administrativas e operacionais, além da área de logística. Foi a primeira vez,
que encontrei a intervenção de consultores empresariais, com demandas
específicas para o layout.
E aí, deu-se o impasse: os consultores sugeriam lajes
inteiras sem quaisquer divisórias. Naquela época, essa configuração era o sonho
de muitos. Mas, eu já havia proposto que as áreas administrativas, ligadas às
finanças, teriam seus espaços limitados por divisórias. Foram muitas reuniões,
até que eu e a diretora financeira tivéssemos nossos votos vencidos. Mas, o
fluxo de informações sigilosas e facilidade de comunicação com outras áreas
administrativas não funcionou adequadamente. Resultado: depois de três meses da
mudança, fui chamada para “fechar” o financeiro!
Uma experiência marcante, daquela que faz com que os nossos
olhos brilhem e dá aquela certeza de que o conhecimento técnico somado à
expertise nutre a co-criação. Nesta jornada, entrei por sugestão da Christine
Kerr, Executive Coach da SmartQuest na área de
Desenvolvimento Humano.
Ela estava desenvolvendo uma consultoria na gestão de
pessoas de uma empresa, com algumas demandas específicas de melhorias na
comunicação e identificou que uma alteração no layout da sala, poderia
favorecer os objetivos definidos com o gestor. Foram duas solicitações: separar
os gestores dos demais colaboradores e criar um ambiente para pequenos lanches.
Desafio aceito, fiz o que mais gosto: dar sentido ao layout
por causa das pessoas, e da maneira que elas podem interagir. Reorganizei todo
o mobiliário, sugeri algumas mudanças nas divisórias e complementações. Em uma
reunião, com a Christine e o gestor o projeto foi aprovado. Em dois dias,
participei das alterações do layout e a empresa iniciou a semana com novos
ares.
Toda mudança gera estranhamento, mas logo os colaboradores
começaram a ficar mais à vontade e os objetivos foram atingidos. Nesta
parceria, pude experimentar a sinergia de uma coach empresarial e de
uma designer de interiores, profissionais de áreas distintas, que entendem que
o layout precisa servir às pessoas!
Hoje, com demandas tão específicas para cada tipo de setor e
gestão, é muito importante levar em consideração que não existe modelo de
escritório corporativo ideal. Para um bom projeto, preciso conhecer
detalhadamente os fluxos de trabalho e a cultura organizacional que o gestor
quer comunicar dentro e fora de sua empresa. O famoso trio: missão, valores e
visão, precisa sair das gavetas e transparecer no projeto. Meu trabalho é
traduzir esse conjunto de subjetivos, na concretude do projeto!
Fonte: http://pleno.news
Bia Sartori é designer de interiores formada pelo SENAC
e pós-graduada pelo IPOG; personal organizer formada pela OZ!, pedagoga com
especialização em Orientação Educacional pela PUCC.
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